Cecilia Feder

Dislipidemia

A dislipidemia é caracterizada pela presença de níveis alterados de gorduras no sangue. O colesterol ruim (conhecido como LDL), o colesterol bom (HDL) e os triglicerídeos fazem parte dessas gorduras. O colesterol é importante para vários órgãos pois faz parte da membrana celular das células, além de ser substrato para a fabricação de diversos hormônios. No entanto, quando em excesso, colocam as pessoas em alto risco de infarto e acidente vascular cerebral.

O diagnóstico da dislipidemia é feito, laboratorialmente, medindo-se os níveis plasmáticos de colesterol total e suas frações (LDL, HDL, VLDL, não HDL) e triglicérides. Hoje em dia, não é mais necessário realizar o exame de sangue em jejum, pois já existem referências para o exame coletado desta forma.

Os níveis desejáveis de LDL-colesterol variam para cada paciente, que devem ser avaliados individualmente em relação à história pessoal, familiar e a presença de fatores de risco para doença cardiovascular. Os valores ideais das demais frações são respectivamente: triglicérides <150mg/dL e de HDL> 50mg/dL para mulheres e >40mg/dL para homens.

O risco de aterosclerose coronariana aumenta, significativamente, em pessoas com níveis de colesterol total e LDL acima dos patamares da normalidade. Para colesterol HDL, a relação é inversa: quanto mais elevado seu valor, menor o risco.

Existem 2 tipos de dislipidemias: as primárias e as secundárias. As primárias são de causa genética. As secundárias podem ser decorrentes de outras doenças como: diabetes, obesidade, alterações hormonais; pelo uso de medicações – diuréticos, betabloqueadores e corticoides, e fatores ambientais, como a alimentação inadequada. Situações como o alcoolismo e uso de altas doses de anabolizantes também podem alterar o perfil lipídico.

Pessoas com diabetes tipo 2 têm maior prevalência de alterações do metabolismo dos lipídios. Assim, o tratamento da dislipidemia nesses pacientes pode e deve ser mais agressivo, a fim de reduzir a incidência de eventos coronários fatais.

O tratamento deve ser focado principalmente na mudança do estilo de vida. Uma dieta hipocalórica, pobre em ácidos graxos saturados e colesterol deve ser orientada para todos os pacientes. A atividade física moderada, realizada durante 30 minutos, pelo menos quatro vezes por semana, auxilia na perda de peso e na redução dos níveis de colesterol e triglicérides. Porém, mesmo assim, ainda pode ser necessária a administração de medicamentos para reduzir ainda mais as taxas de gordura no sangue.

O tratamento medicamentoso, quando indicado, é realizado principalmente pelo uso das estatinas, que têm demonstrado maior benefício na prevenção e diminuição de mortalidade cardiovascular na população geral. Quando a alteração é somente os triglicerídeos, opta-se pelo tratamento medicamentoso quando as taxas estão muito elevadas (>500mg/dL), pois começa a aumentar a probabilidade de ocorrer pancreatite aguda.


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