Outubro Rosa
O Outubro Rosa é o mês dedicado ao combate do câncer de mama. O câncer de mama permanece sendo a neoplasia maligna mais comum entre mulheres. Entretanto, assim como outras formas de câncer, ao ter conhecimento sobre suas principais características e sobre métodos de prevenção, as chances de sobrevivência aumentam bastante.
Esse conhecimento inclui possíveis males correlacionados, que podem denunciar ou agravar o quadro do câncer. Dentre eles, o diabetes mellitus. Segundo dados apontam, cerca de 16 por cento das pacientes acometidas pelo câncer de mama também têm diagnóstico de diabetes mellitus. Ou seja, é preciso lançar um olhar sobre essa relação.
É sabido já há um bom tempo que o diabetes está relacionado a outros tipos de câncer, inclusive ginecológicos, como o do endométrio. Quando levamos em consideração que o diabetes e o câncer de mama possuem fatores de risco em comum, a possibilidade de haver mais do que uma correlação, e sim uma causalidade, é real.
Entre esses fatores de risco está a idade avançada da mulher, ou seja, trata-se de um grupo de risco ainda maior. Embora o funcionamento disso ainda seja elusivo para os médicos, existem alguns dados que podemos observar:
- Um elemento essencial no controle do diabetes, a insulina, é suspeita de provocar proliferação desordenada de células mamárias em alguns casos. Isso porque, no tecido mamário, existem receptores para esse hormônio. E, segundo estudos, pacientes diabéticas do tipo 2 apresentam resistência a ação da insulina e, pelo menos em fases iniciais da doença, excesso de produção de insulina.
- Além disso, ainda dentro da endocrinologia, o diabetes aumenta a produção de estrogênios e androgênios especialmente nas suas formas livres, pois diminui os níveis da SHBG, proteína que se liga a estes hormônios. Como o câncer de mama é sabidamente hormônio dependente, o diabetes poderia aumentar o risco desta neoplasia também por esta via.
Ou seja, para pacientes com diabetes oriundas de aumento da resistência a ação da insulina, como o diabetes tipo 2,onde evidências apontam para o aumento no risco de desenvolvimento de câncer de mama, a atenção deve ser redobrada. Portanto, isso inclui mulheres em idade avançada, que já representam um grupo de risco por si.
De qualquer forma, como dissemos no início do texto, focar-se na prevenção ainda é a melhor maneira de aumentar as chances de sobrevida. No caso de paciente idosas e diabéticas, o ideal é permanecer em contato direto com os profissionais mastologista, oncologista e endocrinologista. Eles irão indicar os exames necessários, as medidas preventivas e, se necessário, os melhores tratamentos, já que se trata de uma situação bastante específica.
As pacientes diabéticas têm potencial maior de apresentarem complicações cirúrgicas, da radioterapia e da quimioterapia. Dessa forma, é essencial seguir todas as orientações, para garantir uma melhor idade com a melhor qualidade de vida.
Em caso de dúvidas sobre como o profissional endocrinologista pode colaborar na prevenção e no tratamento de câncer, entre em contato com a Dra. Cecília Feder.