A relação entre a obesidade e a insônia
O sono é primordial para o organismo e apresenta diversas funções tanto na memória e capacidade funcional neuronal quanto no metabolismo.
Ele é responsável por uma série restaurações que ocorrem durante esse período, tanto na mente quanto no corpo. Segundo a Associação Brasileira do Sono, o ideal para uma pessoa adulta é um período de sono de 7 a 9 horas por noite, variando dependendo das características de cada um, para que o organismo possa realizar uma recuperação adequada.
Períodos menores do que esse podem desregular alguns mecanismos do corpo, provocando efeitos que podem se acumular e se tornarem bastante prejudiciais. Um deles é a obesidade. Isso porque o sono também é responsável por algumas funções que regulam o metabolismo do corpo, e a privação desse período pode desencadear efeitos que mexem com a maneira como o indivíduo se alimenta, levando ao acúmulo de gordura excessivo.
A obesidade é quase sempre um problema multifatorial, e, no caso da privação de sono, não é diferente. Estudos científicos sobre esse problema apontam tanto questões hormonais quanto até mesmo psicológicas - permanecer desperto altera o metabolismo, provocando a sensação de fome e, porque a pessoa está desperta, ela irá naturalmente saciar sua fome. Se a insônia e a alimentação fora de hora se repetem por um período extenso, a pessoa naturalmente passa a engordar.
Não somente isso, mas a privação de sono, obviamente, tanto acarreta no cansaço físico prolongado. Isso alija ainda mais a possibilidade de combater a obesidade com uma das melhores ferramentas: a atividade física. Pessoas cansadas não praticam exercício, e porque não praticam, engordam porque gastam menos energia. E o fato de não gastarem energia também implica em uma menor necessidade e vontade de descansar, agravando a possibilidade de insônia, criando um ciclo vicioso onde uma coisa prejudica a outra.
No entanto, não se tratam apenas de fatores psicológicos. A privação de sono também interfere diretamente em níveis hormonais que regulam nossa alimentação. Segundo esses estudos apresentados, a insônia provoca a redução dos níveis de leptina, o hormônio da saciedade, assim como também aumenta os níveis de grelina, o hormônio da fome. Esses fatores, associados ao cansaço, ao sedentarismo e ao aumento de oportunidades de buscar comida, criam um efeito cascata que aumenta cada vez mais o acúmulo de gordura.
No geral, a melhor maneira de solucionar esse problema é regulando o sono do organismo, dormindo a quantidade de horas recomendadas. Entretanto, isso pode não ser tão fácil, já que nem sempre a privação de sono ocorre por questões de cotidiano, podendo ter causas mais específicas. É recomendado buscar especialistas nesse caso. Um outro profissional recomendado para esses casos é o endocrinologista, que pode apontar a melhor maneira de lidar com os hormônios responsáveis pelo ciclo de alimentação e amenizar o problema.
A Dra. Cecília Feder tem anos de experiência como médica endocrinologista. Se você quer saber mais sobre a relação da insônia com a obesidade, entre em contato e agende sua consulta.