Síndrome do ovário policístico tem tratamento?
A síndrome do ovário policístico (SOP) é uma doença endócrina muito comum, que atinge principalmente mulheres entre 30 e 40 anos de idade. Estima-se que 2 milhões de brasileiras sofram com este distúrbio hormonal, e uma dúvida recorrente sobre o assunto é: a SOP tem tratamento?
Antes de falarmos sobre como é possível tratar a síndrome do ovário policístico, vamos entender o que é essa condição. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) define a SOP como uma condição complexa, crônica e pouco reconhecida, apesar de 75% das causas estarem relacionadas a componentes genéticos.
Um estudo feito com cerca de 1.385 pacientes de países da América do Norte e da Europa, divulgado pelo JCEM (The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism), revelou a dificuldade do diagnóstico da síndrome do ovário policístico, em que 33% das pacientes foram diagnosticadas depois de mais de dois anos de investigação.
Além disso, 47% precisaram passar em consulta com mais de três especialistas para descobrirem a condição. Os dados ainda mostraram que apenas 15% das mulheres estavam satisfeitas com as informações fornecidas pelo profissional da saúde no momento do diagnóstico.
É importante destacar que 50% das mulheres com essa síndrome têm hiperinsulinismo (caracterizada pela secreção inadequada de insulina). Segundo o levantamento, o restante da porcentagem diz respeito às mulheres que produzem maior quantidade de testosterona (hormônio masculino), apresentando problemas no hipotálamo, na hipófise e nas adrenais.
Síndrome do ovário policístico: sinais e tratamento
Dentre os principais sinais e consequências de quem é portadora da síndrome, estão:
- Alterações diversas na menstruação – frequente ou ausente;
- Obesidade – o ganho significativo de peso pode agravar a síndrome;
- Surgimento de acne – a produção de material oleoso pelas glândulas sebáceas pode aumentar a quantidade de acne;
- Hirsutismo – aumento de pelos no rosto, seios e abdômen;
- Maior risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2;
- Tendência a problemas cardiovasculares na menopausa;
- Queda de cabelo, infertilidade e depressão.
Agora que você pôde entender melhor sobre a síndrome do ovário policístico, quero enfatizar que, infelizmente, essa condição não tem cura. Contudo, as mudanças de hábito e o acompanhamento médico podem aliviar e controlar as alterações hormonais, sendo fundamental para evitar cenários mais agravantes.
O tratamento para a SOP dependerá da avaliação de cada paciente, podendo envolver recomendações para a perda de peso, o uso de pílulas anticoncepcionais, indução à ovulação, medicamentos para controlar a resistência à insulina, além de atividade física e alimentação equilibrada - indicadas em todos os casos, afinal, adotar bons hábitos é essencial em qualquer situação!
Portanto, se você tem síndrome do ovário policístico, não deixe de consultar um especialista. O ideal é fazer um acompanhamento multidisciplinar - dessa forma, você garante um tratamento completo e mais eficiente!
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